A Tokenização no Futebol

O que é tokenização?

A tokenização é o processo de fragmentação de um ativo real em frações digitais para serem negociados.

 

O que são ativos?

De maneira geral, ativo é tudo aquilo que possui valor e pode ser negociado e convertido em dinheiro.

Exemplos: bens móveis, bens imóveis, bens pessoais, etc.

 

O que é token de ativo?

Os tokens são representações digitais de partes de um ativo.

Exemplo: Um imóvel foi avaliado em 500 mil reais e fragmentado em 10 mil tokens, portanto, cada token valerá 50 reais. O interessado adquiriu 1 token e o imóvel foi vendido por 800 mil reais. Logo, aquele token de 50 reais passará a valer 80 reais.

 

Processo de tokenização?

1º passo: A empresa denominada tokenizadora avalia se é possível converter o ativo em token.

2º passo: Sendo positivo, elabora-se entre as partes – proprietário do ativo e empresa tokenizadora – um smart contract[1] dentro de uma rede segura chamada blockchain.[2]

3º passo: Realizado o smart contract entre os interessados os tokens são oferecidos publicamente.

4º passo: Cria-se um procedimento de governança para fiscalização e acompanhamento da custódia do ativo.

 

Como está sendo aplicado no futebol?

Clubes tradicionais estão enfrentando crises financeiras em decorrência de fatores variados, o que motivou a busca de novas receitas. Sendo assim, acharam como uma boa alternativa tokenizar determinados ativos.

 

CASO 1: Cruzeiro

O clube mineiro realizou a tokenização de ativos através de parceria firmada com a empresa Liqi Digital Asset.

O programa de tokenização elaborado prevê o pagamento de lucros obtidos pelo mecanismo de solidariedade desenvolvido pela FIFA®.

De maneira sucinta, preenchido certos requisitos previstos na Lei 9.615/98 (Lei Pelé) e nos regulamentos da FIFA®, tal mecanismo permite que o clube formador receba um percentual sobre valores de vendas futuras.

No exemplo do Cruzeiro, foi realizada a tokenização dessa expectativa de receita.

Exemplo: Jogador A é formado pelas categorias de base do Cruzeiro sendo vendido para um clube B por 1 milhão de dólares. Após atuar pelo clube B, o mesmo atleta é negociado com um clube C por 20 milhões de dólares. Nesta segunda negociação, por ser clube formador, o Cruzeiro poderá receber até 5% (cinco por cento) sobre o valor da transação. Sobre tal valor é apurado se houve lucro para os investidores de tokens.

 

CASO 2: Atlético-MG e Corinthians

A tokenização desses clubes estão atreladas às experiências dos torcedores. Ou seja, o clube realizará a venda de uma quantidade limitada de tokens que gerarão entretenimento exclusivo para quem os adquirir.

 

É possível vender os tokens?

Sim, vale ressaltar que o token poderá ser vendido a qualquer tempo, pois existe o chamado “mercado secundário”, isto é, uma espécie de “bolsa de valores” dos tokens.

A depender do desempenho do ativo (token), poderá o proprietário vendê-lo por valor igual, maior ou menor em relação ao valor pago pela sua aquisição.

 

[1] O smart contract nada mais é do que uma ferramenta tecnológica que permite a criação de contratos autoexecutáveis, que não podem ser perdidos, nem adulterados.

[2] O blockchain é um banco de dados bastante seguro e praticamente a prova de fraudes.

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